quarta-feira, 27 de julho de 2011

#3 One shot- Barras Invisibles




Quem iria conseguir me libertar daquela prisão sem grades? Na verdade, havia grades. – invisíveis, pois eu não conseguia ultrapassar a grande porta de madeira, por mais que eu tentasse.
Eu sabia dos perigos de encontrar uma pessoa que você jamais havia conhecido – pessoalmente -, mais eu conhecia o Peche... Conhecia muito bem. Sabia quando ele estava triste, quando queria desabafar. Ele me fazia feliz. Tornamo-nos dependentes um do outro.
Então qual era o problema em  nos tornarmos namorados na vida – idiota, e insuportável – real?
Contei os dias. Comprei ate um calendário novo – cheio de flores coloridas. – esse definitivamente não era meu estilo -, mas eu estava apaixonada. Muito apaixonada.
-Por favor! Abram essa porta! – eu gritava, com a força que restava dentro de mim. Quanto tempo eu deveria estar lá? Umas horas? Ou uns dias? Eu não sabia. Perdi a noção do tempo, quando desmaiei pela segunda vez. Alguém deveria ter sentido minha falta.
Talvez a mamãe... A mulher que sempre me preteje de tudo – ate do mosquitinho da luz. Percebi que ninguém abriria a porta. Então deitei – no chão gelado e duríssimo-e fechei os olhos.
-Te achei Minha M. – minha M... Era a única coisa q eu precisava escutar. Amava o apelido que peche me dera. Era tão... tão.. Na verdade não havia palavra para descrever, esse apelido me passava confiança de que ele me amava verdadeiramente.
-Peche. Você sabe que esperei por esse momento durante dias. Então me beije.
Chegamos perto um do outro. Senti sua respiração em meu rosto...

Onde eu estava?Concerteza tinha acordado – de um sonho perfeito -.. Aos poucos me lembrei que tinha sido seqüestrada. Mesmo fraca. Aos poucos fui me lembrando do que ocorreu, há um tempo. Eu estava no restaurante D’Luirie, o melhor de todos, esperando minha alma gemia, quando dois homens encapuzados , armaram uma cilada para mim dizendo:
ELE A ESPERA LÁ FORA. E eu acreditei, esse era o típico de uma garota fazer. Se algum pisicopata visse uma garota linda – sim, eu me considerava linda – sozinha no restaurante mais caro de toda Venezuela. Era obvio que estaria esperando alguém, e ela - no caso, eu – seria um ótimo objeto de estorçao. Ou talvez, os homens fossem mesmo piscopatas, e apenas queriam se ‘’divertir’’.
Abriram a porta aos poucos, os barulhos irritava meus tímpanos.
-não se assuste querida . –uma voz repugnante disse obviamente me assustando. - vai ser rápido . Não vai doer. – o psicopata disse, retirando uma arma de algum lugar do seu corpo.
Claro, uma arma. Eu seria morta, e sem ao menos saber por que. Eu podia me considerar santa, pois tinha uma ficha totalmente limpa.
Por um lado, eu morreria feliz. Pois me apaixonei pelo cara perfeito. E triste, por nunca ter conseguido beija-lo. Esse não era um filme, onde a protagonista – eu – seria salva pelo galã – Peche -.
Então fechei os olhos, talvez passasse que assim seria mais fácil. Encolhi-me ao ouvir um barulho estrondoso, e depois, cai num torpor e tudo apagou completamente.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

#2 One Shot- Enganavamos a nos mesmos


O dia estava nublado. Com certeza iria chover mais tarde. Esfriou rapidamente, e notei que havia deixado meu casaco na rocola. Empilhei os livros de qualquer jeito,e os enfiei em baixo do braço, corri ate a rocola e no caminho tropecei em alguém.
-Desculpe...- eu disse olhando pra cima, e vendo Alex olhar pra mim de um jeito estranho. –Alex! Oi, sabe, eu estava La fora estudando, ta muito frio, eu entrei pra pegar o casaco...-eu comecei a tagarelar feito idiota. Eu sempre fico nervosa quando Alex esta perto de mim.
Alex era um grande amigo, mas infelizmente ele não desgrudava da Cristina. Ou era o contrário. Eu estava aprendendo a conviver com isso.
-Me deixe em paz Isabela. – ele falou, levantando-se num salto, e saindo em passos largos.
O que houve? Hoje de manhã ele parecia tão bem !
-Isabela.. hum... nunca vi o Alex te chamando assim. –Cristina veio ao meu encontro.
-O que você fez? – perguntei num tom de voz ameaçador.
-calminha ae... quem você acha que é ?
-quem você acha que é ? – eu gritei, e toda escola olhou pra mim.
-Querida- ela pigarreou- eu só contei pro Alex, tudo o que você pensa dele.
Gelei. Então agora ele sabia que eu... o amava ?
-Voce contou que eu o amo ? – cochichei
-Isa? –Alex apareceu atrás de mim – o que você disse ?- os seus olhos brilhavam.
-Nada Alex!- Cristina gritou – Ela mentiu ! como ela sempre faz!
-é você que mentiu, ela nunca me achou um musico revoltado, idiota, como você disse. – ele falou num tom calmo sem tirar os olhos dos meus.
-Cristina, sai daqui. –eu completei, dando um sorriso irônico para ela.
Cristina saiu com os olhos cheios d’agua. Eu não me importei.
-Desculpe...- ele susurrou – eu voltei pra pegar o livro que caiu quando eu tropecei em você, e acabei ouvindo o que você disse.
Eu sorri e revirei os olhos.
-Enganavamos a nos mesmos o tempo todo. – eu afirmei
-Sim. –ele concordou, aproximando-se de mim.
Seus lábios encaixaram-se nos meus com perfeição. E ali não liguei pra mais nada. Nem pras pessoas que olhavam, menos ainda pra lei 3 N.B. Um trovão soou La fora. Eu sabia que iria chover.
                                                  FIM

domingo, 24 de julho de 2011

#1 One Shot- Nosso Momento


Parecia que a cada segundo a musica ficava mais alta. A cada batida fazia minha cabeça começar a dar sinais de enxaqueca. Eu nunca fui muito fã de baladas. Mas, desde que minha mãe praticamente me ordenou a sair de casa aos sábados a noite, foi o lugar mais perto que eu encontrei.  Outro motivo, foi saber que metade da escola passava quase todas as noites a aqui, isso me animou um pouco. Principalmente a parte do “ metade da escola” já que sempre essa “metade” incluía um certo alguém. O garoto mais popular do colégio Alex Ruiz. Eu nunca fui muito popular, mas sempre fui muito interessada nele. A gente começou a sair de uns tempos pra cá. E aqui estou eu. Ele me pediu pra vim ver ele hoje a noite. Já faziam quarenta minutos que eu estava no bar, ao lado de um grupo de garotas que criticavam as roupas de cada um que passava por elas, e perto  de um barman inexperiente, que a cada pedido espirrava um pouco de vodica em mim. E pra ajudar, parecia que a cada segundo a musica ficava mais alta.
-Te procurei por todo canto, até que enfim eu te achei. – a voz que eu esperava ouvir, a voz que eu jamais confundiria ou esqueceria. A voz de som aveludado com um leve toque de humor passou por meus ouvidos, vinda por trás de mim.
Virei-me um pouco desajeitada, ter ficado tanto tempo na mesma posição fez minhas pernas enrijecerem.
-Oi Alex. – eu sorri.
Sempre tentei ser diferente com ele, menos boba. Mas nunca dava certo. Na ultima vez, quando fomos para uma sorveteria, eu enrasquei meu pé numa cadeira e derrubei todo meu sorvete na blusa caríssima dele.
-Esta aqui há muito tempo ? – ele perguntou, se ajeitando no banco ao meu lado, mais perto do grupo das garotas convencidas.
-Não, só uns 10 minutos. – menti. Não queria que ele achasse que eu estava desinteressada. Já que fiquei 40 minutos sem ir procura-lo.
-Já bebeu alguma coisa ?
-Não, obrigada eu não bebo.
Ele riu, e eu me senti de novo uma boba.
-Que tal um refrigerante, ou uma água ?
Então vendia esse tipo de coisa aqui ?
Olhei para suas mãos e percebi que ele segurava uma latinha de coca-cola zero.
-Não, eu não estou com sede, obrigada. – abaixei a cabeça me sentindo uma completa idiota.
Ele riu baixinho e levantou. Olhei para ele, temendo que ele fosse embora, e percebi que ele me olhava de cima a baixo.
-voce esta linda, Isa.
Meu coração disparou. Ele nunca havia me elogiado antes.
-Ou melhor, - ele completou- você é linda.
Eu sorri, corada.
Ele chegou mais perto de mim. Eu podia sentir sua respiração. Seus olhos castanhos brilhavam mais do que as luzes dos grandes refletores.
Ele se desviou um pouco e deixou a coca encima do balcão, e voltou.
Ele passou sua mão pela minha cintura. Isso era um bom sinal ? Um mal sinal ? Minhas amigas me falavam que ele era do tipo de garota que ficava com todas, e que eu seria só mais uma.
Mas sinceramente aquilo não importava mais, pelo menos eu seria uma, uma vez.
Ele encostou seus lábios nos meus. Era tudo tão certo e tão errado ao mesmo tempo.
 A musica ficou mais baixa, e eu não podia mais ouvir as vozes das pessoas a nossa volta, era como se o mundo estivesse reservado so pra nos dois.
Eu coloquei meus braços no pescoço dele, e entrelacei minhas mãos em seus lindo cabelos escuros.
Seu beijo era leve, calmo. Mas eu não queria que fosse calmo, por que eu sabia que aquilo logo acabaria.
Fui mais urgente, e encostei-me mais eu sou peito e ele entendeu minha mensagem. Sua língua agora era feroz em minha boca, eu sentia o fogo subindo por meu corpo, eu não queria mais que aquela noite acabace, muito menos aquele beijo. Eu não sei como eu olharia para ele depois. Eu não sei se ele começaria me ignorar. Eu só sei que eu queria aproveitar aquele momento nosso. Só nosso.

FIM