quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

One-Shot 7 - The past...is the past.


Respire fundo.
Eu disse a mim mesma.
Ventava muito forte. Meus cabelos raspavam no meu rosto.
Uma rajada me atacou com força suficiente par me desequilibrar, e a multidão abaixo de mim arfou.
Recuperei o equilíbrio e tentei me focar em esquecer de tudo. Bem tudo não era possível. Esse era o real motivo de eu estar na sacada do prédio em que meu pai morava.
O tempo estava se esgotando, logo os bombeiros estariam aqui em cima. Eu não tinha tempo para isso. Eu não tinha vontade disso.
O que significava eu estar prestes a me suicidar? Significava, que eu, Isabela Pascuali, não era forte o suficiente para seguir em frente, depois que meu amor, meu primeiro amor, partiu.
Eu nunca serei capaz de amar novamente. O que é uma vida sem amor ?
A sirene do caminhão de bombeiros se aproxima, deveriam estar virando a esquina agora.
Outra rajada me atingiu, levando meu cachecol. O cachecol dele. Do meu Sebastian, que agora não podia mas estar comigo.
-Vamos nos reencontrar logo. Eu prometo.
Eu disse, antes de fechar os olhos, e jogar meu corpo para frente.
Esperei que tudo acabasse rápido. Mas não foi assim. Era uma sensação péssima. Era pior do que ir numa montanha russa sem cinto. Na verdade era pior do que saber que você morreria.
O vento me fez girar uma vez, ainda no ar, e minha respiraçao vacilou.
Cade o chão ? cadê? Onde ele esta? ... onde Sebastian esta ?
Então eu finalmente senti. Era macio. E cheirava a algodão e colônia masculina. E...respirava.
Só então percebi que alguém, um homem, havia me pego antes de eu atingir o chão.
POR QUE ?!
Poderia ser...
ele?Ele era um anjo agora?
-
Sebastian? É você ?- perguntei ao anjo, ainda de olhos fechados.
Uma multidão gritava desesperada. Algumas pessoas aturdidas e poucas aliviadas. Não era essa recepção que eu esperava no céu... nem no inferno.
-Não. – o anjo respondeu. Meio alarmado, aliviado e ao mesmo tempo irritado. – Você é louca?
Não?  Não era o Sebastian?
Abri os olhos, um garoto, que parecia um pouco mais velho que eu, me tinha nos braços, ele era moreno, tinha olhos escuros e um cabelo levemente arrepiado. Ele parecia mesmo um anjo.
-Quem é você? – perguntei, facinada.
-Alex, Alex Ruiz. – ele disse ainda mais alarmado que antes.
Não foi uma má ideia, este garoto aparecer para me salvar. Pois eu notei que... que poderia amar novamente.
                                FIM

notes-
-Tradução do titulo - " o passado...é o passado."
-One-shot inspirada na musica da boyband U-KISS chamada SOMEDAY, e na abertura do game RESONANCE OF FATE

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

6 One Shot- In Heaven (parte 1)



As semanas se passavam, não tao diferentes de antes. Eu ainda me empenhava em minhas aulas de violão. Eu ainda era obrigada a ir as aulas de ioga com a minha mãe. Eu ainda tinha que lavar a louça do jantar todos os dias. Em suma, eu ainda era – de certa forma- a mesma de sempre. Mas por que ele mudara tanto ? Desde que ele decidiu meu chutar da vida dele, ele não era mais o mesmo.
Suas idas a escola eram menos frequentes. Eu já não o via com o violão sempre as costas. Ele já não cantava durante a noite, no bar que era contratado. E não arrumava sempre os cabelos, já que só saia com uma toca, sempre.
Eu fui tão ruim assim pra ele ? Por que tudo que me atraia para aquele garoto, simplesmente mudou depois do fim do nosso relacionamento ?
Talvez as coisas devessem mesmo ser assim, mas como essa é minha primeira experiência no assunto, eu não esteja me adequando bem a isso.
Enquanto eu rodava os canais da teve, a procura de algum programa interessante, parei no canal que passava um filme. O meu filme. O nosso filme.
Um fogo incendiou todo o meu corpo, como uma lenha jogada na fogueira. As lembranças do nosso ultimo dia juntos.

“ –me diz por que essa menina, simplesmente não segue em frente ? – Eu perguntei um tanto irritada para Alex, que parecia mais imerso em algum pensamento, enquanto estávamos assistindo a um filme, deitados no sofá da casa dele.
-Isa, ela perdeu o namorado dela. – ele disse, depois de uns momentos de silencio.
-Mas ela fica se culpando, se atormentando ... foi so um acidente. – tentei explicar minha revolta com alguns argumentos.
 Ele esticou o braço e pegou o controle na mesa de centro, e pausou o filme, na parte em que a garota começava a se cortar com um estilete.
-Ai Alex, justo nessa parte você foi...
-Isa, me responde uma coisa? – ele perguntou, fitando-me.
Como sempre, uma corrente elétrica acertou em cheio meu coração, e minha respiração ficou irregular.
Tomando meu silencio como resposta, ele chegou mais perto de mim.
-Voce seria capaz de viver sem mim ?  - ele perguntou, sério.
Eu so pude rir, da brincadeira estúpida. Ele pareceu não achar graça. Entao tentei respirar fundo, e responder o mais seria possível.
-Não. Acho que eu não seria capaz. – depois de um segundo, um sorriso me escapou.
E então ele devolveu um sorriso. Mas não um
sorriso.
Estava mais para um movimento fraco dos lábios. “


Eu queria parar as lembranças, projetar uma parede impenetrável nas memórias. Pois, depois daquele dia, ele quebrou, ou melhor ... destruiu... estilhaçou... meu coraçao.
Eu chorei por seis dias e cinco noites. Enquanto ele, não me pareceu nem um pouco afetado. Ate como se tivesse preparado para terminar com uma garota sempre que desejasse. Balancei a cabeça. Isso já fazia alguns meses, não merecia ser recordado. Não devia ser lembrado.


[continua]

domingo, 14 de agosto de 2011

5 One-Shot - Possibilidades




Possibilidades. Quais são as possibilidades de um raio acertar sua cabeça, e te desmiolar toda ? Qual a possibilidade de um robô poder amar? Qual a possibilidade de viver totalmente feliz?

 Possibilidades. Mas... qual a possibilidade de Alex me amar? Zero.

Depois de ter mentido, omitido e negado muitas coisas, o tártaro deveria ser o lugar certo para mim.

Uma lágrima escorreu do canto dos meus olhos.

Desliguei o Ipod, e enterrei minha cabeça no travesseiro.

Meus olhos já não suportavam mais chorar. Minha mente não suportava mais pensar em Alex. Mas meu remorso... a parte de cérebro que nos faz nos martirizar estava sempre ali, gritando insuportavelmente, ferindo-me.

Quando se ama alguém, vale a pena mentir, não vale? Vale  a penas omitir um passado insignificante, não vale? Vale a pena sorrir quando o que mais quer fazer é chorar... só para não magoar quem te ama... não vale?

NÃO! o remorso gritava,  LEMBRA-SE QUANDO MENTIU? LEMBRA-SE  QUANDO ENGANOU SEU AMOR?

Alex não merecia tudo o que fiz a ele. Eu disse que sua ex- namorada não o amava. Eu disse que jamais falei mal dele. Eu disse que nosso amor era certo... perfeito.

Ele acreditou. Mas ali não havia amor algum da parte dele. Ele so se importava com a Isa... e que tal um pouco de mim? ALEX NÃO LIGA PRA VOCE, CRISTINA!  o remorso continuava.

Num ato de desespero, peguei meu celular, que estava na cabeceira da cama e digitei o numero que eu jamais esqueceria.

-Alo ? – a voz mais linda do mundo, rompeu minhas lembranças podres.

-A-alex? – meu soluço, provocado pelo choro me fez gaguejar.

O telefone ficou mudo.

-voce me ama? – pergunte, feito idiota.

-Eu... – não pude ouvir a resposta.

Desliguei o celular, arranquei o chip, e risquei-o com minha unha.

A melhor parte do meu cérebro fez a coisa certa. A parte das ‘possibilidades’ lembrou que as chances de Alex me amar eram zero.

Mas a parte da covardia era quem gritava agora.

DEIXE-O SER FELIZ. Pensei comigo mesma.



Quais eram as possibilidades de eu ser feliz sem Alex? Zero.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

#4 One Shot- Sacrificio



Não adiantava, eu já estava ajoelhada, as lagrimas já deviam ter se acostumada a escorrer de meus olhos e não paravam mais:
‘’Por favor – eu disse entre soluços – não mais uma vez!’’
Ele estava igualzinho a mim, só q de pé. Mas as lagrimas insistiam em descer de nossos olhos.
‘’Você prometeu que seria para sempre ‘‘.
‘’Eu estava errado Magu, você não me entende? – ele falou com raiva desta vez – Nada dura pra sempre. só a palavra ‘sempre’ !
‘’E o nosso amor, vai ser esquecido por... nada?-os soluços não cessavam’’
‘’ Não. Vai ser esquecido, por que eu não te amo mais. ’’
Parecia q eu estava dentro de um filme de terror, onde gritar não adiantava.
‘’-Levante-se. – ele ordenou. –eu estou fazendo papel de idiota em meio às pessoas’’
As pessoas? Eu olhei ao redor. Esqueci, estávamos no parque, e era dia dos namorados. Ninguém olhava para nós, mais eu levantei , e pela primeira vez, enxuguei as lagrimas.

 ‘’Vá beber uma água’’
‘’Não. – eu respondi, com a voz rouca, de tanto chorar – Quando eu voltar, você não estará mais aqui. ’’
‘’Acha q sou tão rápido assim? A saída fica a quilômetros, você é louca e corre mais que eu, me alcançaria. ’’
‘’Sim, sou louca, por você. Eu lhe imploro, não vá. ’’
Ele abaixou a cabeça, e secou suas lagrimas, que já tinham parado de derramar. Ele fungou , e levantou a cabeça , com uma expressão de incredulidade .
‘’E você ainda se importa com um monstro como eu. ’’
‘’Você não é .você é um principe, que me traz alegria, minha vida é você. ’’ Eu o abracei.
Lembrei da primeira vez que ele se foi. E me arrepiei.
‘’Viu? – ele me empurrou me fazendo cambalear para trás. – te dou arrepios, você sabe que eu mereço mais dela, do que de você.’’
Coloquei mão na cabeça, num ato de desespero. Eu sabia que, Ela era mais importante, por ter muito mais habilidades em seu currículo, ele nunca seria meu , mas na minha cabeça sim. Fechei os olhos, e pensei em nossos beijos, sem amor, mas de certa forma. Apaixonados. Sorri. – um sorriso idiota, e molhado pelas lagrimas, - abri os olhos esperando por sua reação, mas ele não estava mais lá. Ele tinha. Ido. ‘A saída fica a quilômetros, você é louca e corre mais que eu, me alcançara. ’Lembrei do que ele dissera ainda pouco. Mas apenas. Continuei sorrindo, sei que mesmo me sentido péssima - nem sentia o chão no qual pisava -, ele estaria feliz. Amor é isso, se sacrificar pelo melhor para o outro. Eu tão, paralisei como uma estatua. Não sei se eu morreria, ou entraria em uma depressão, só sei que ele estaria bem, e com quem deveria estar.

                                                       FIM

quarta-feira, 27 de julho de 2011

#3 One shot- Barras Invisibles




Quem iria conseguir me libertar daquela prisão sem grades? Na verdade, havia grades. – invisíveis, pois eu não conseguia ultrapassar a grande porta de madeira, por mais que eu tentasse.
Eu sabia dos perigos de encontrar uma pessoa que você jamais havia conhecido – pessoalmente -, mais eu conhecia o Peche... Conhecia muito bem. Sabia quando ele estava triste, quando queria desabafar. Ele me fazia feliz. Tornamo-nos dependentes um do outro.
Então qual era o problema em  nos tornarmos namorados na vida – idiota, e insuportável – real?
Contei os dias. Comprei ate um calendário novo – cheio de flores coloridas. – esse definitivamente não era meu estilo -, mas eu estava apaixonada. Muito apaixonada.
-Por favor! Abram essa porta! – eu gritava, com a força que restava dentro de mim. Quanto tempo eu deveria estar lá? Umas horas? Ou uns dias? Eu não sabia. Perdi a noção do tempo, quando desmaiei pela segunda vez. Alguém deveria ter sentido minha falta.
Talvez a mamãe... A mulher que sempre me preteje de tudo – ate do mosquitinho da luz. Percebi que ninguém abriria a porta. Então deitei – no chão gelado e duríssimo-e fechei os olhos.
-Te achei Minha M. – minha M... Era a única coisa q eu precisava escutar. Amava o apelido que peche me dera. Era tão... tão.. Na verdade não havia palavra para descrever, esse apelido me passava confiança de que ele me amava verdadeiramente.
-Peche. Você sabe que esperei por esse momento durante dias. Então me beije.
Chegamos perto um do outro. Senti sua respiração em meu rosto...

Onde eu estava?Concerteza tinha acordado – de um sonho perfeito -.. Aos poucos me lembrei que tinha sido seqüestrada. Mesmo fraca. Aos poucos fui me lembrando do que ocorreu, há um tempo. Eu estava no restaurante D’Luirie, o melhor de todos, esperando minha alma gemia, quando dois homens encapuzados , armaram uma cilada para mim dizendo:
ELE A ESPERA LÁ FORA. E eu acreditei, esse era o típico de uma garota fazer. Se algum pisicopata visse uma garota linda – sim, eu me considerava linda – sozinha no restaurante mais caro de toda Venezuela. Era obvio que estaria esperando alguém, e ela - no caso, eu – seria um ótimo objeto de estorçao. Ou talvez, os homens fossem mesmo piscopatas, e apenas queriam se ‘’divertir’’.
Abriram a porta aos poucos, os barulhos irritava meus tímpanos.
-não se assuste querida . –uma voz repugnante disse obviamente me assustando. - vai ser rápido . Não vai doer. – o psicopata disse, retirando uma arma de algum lugar do seu corpo.
Claro, uma arma. Eu seria morta, e sem ao menos saber por que. Eu podia me considerar santa, pois tinha uma ficha totalmente limpa.
Por um lado, eu morreria feliz. Pois me apaixonei pelo cara perfeito. E triste, por nunca ter conseguido beija-lo. Esse não era um filme, onde a protagonista – eu – seria salva pelo galã – Peche -.
Então fechei os olhos, talvez passasse que assim seria mais fácil. Encolhi-me ao ouvir um barulho estrondoso, e depois, cai num torpor e tudo apagou completamente.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

#2 One Shot- Enganavamos a nos mesmos


O dia estava nublado. Com certeza iria chover mais tarde. Esfriou rapidamente, e notei que havia deixado meu casaco na rocola. Empilhei os livros de qualquer jeito,e os enfiei em baixo do braço, corri ate a rocola e no caminho tropecei em alguém.
-Desculpe...- eu disse olhando pra cima, e vendo Alex olhar pra mim de um jeito estranho. –Alex! Oi, sabe, eu estava La fora estudando, ta muito frio, eu entrei pra pegar o casaco...-eu comecei a tagarelar feito idiota. Eu sempre fico nervosa quando Alex esta perto de mim.
Alex era um grande amigo, mas infelizmente ele não desgrudava da Cristina. Ou era o contrário. Eu estava aprendendo a conviver com isso.
-Me deixe em paz Isabela. – ele falou, levantando-se num salto, e saindo em passos largos.
O que houve? Hoje de manhã ele parecia tão bem !
-Isabela.. hum... nunca vi o Alex te chamando assim. –Cristina veio ao meu encontro.
-O que você fez? – perguntei num tom de voz ameaçador.
-calminha ae... quem você acha que é ?
-quem você acha que é ? – eu gritei, e toda escola olhou pra mim.
-Querida- ela pigarreou- eu só contei pro Alex, tudo o que você pensa dele.
Gelei. Então agora ele sabia que eu... o amava ?
-Voce contou que eu o amo ? – cochichei
-Isa? –Alex apareceu atrás de mim – o que você disse ?- os seus olhos brilhavam.
-Nada Alex!- Cristina gritou – Ela mentiu ! como ela sempre faz!
-é você que mentiu, ela nunca me achou um musico revoltado, idiota, como você disse. – ele falou num tom calmo sem tirar os olhos dos meus.
-Cristina, sai daqui. –eu completei, dando um sorriso irônico para ela.
Cristina saiu com os olhos cheios d’agua. Eu não me importei.
-Desculpe...- ele susurrou – eu voltei pra pegar o livro que caiu quando eu tropecei em você, e acabei ouvindo o que você disse.
Eu sorri e revirei os olhos.
-Enganavamos a nos mesmos o tempo todo. – eu afirmei
-Sim. –ele concordou, aproximando-se de mim.
Seus lábios encaixaram-se nos meus com perfeição. E ali não liguei pra mais nada. Nem pras pessoas que olhavam, menos ainda pra lei 3 N.B. Um trovão soou La fora. Eu sabia que iria chover.
                                                  FIM

domingo, 24 de julho de 2011

#1 One Shot- Nosso Momento


Parecia que a cada segundo a musica ficava mais alta. A cada batida fazia minha cabeça começar a dar sinais de enxaqueca. Eu nunca fui muito fã de baladas. Mas, desde que minha mãe praticamente me ordenou a sair de casa aos sábados a noite, foi o lugar mais perto que eu encontrei.  Outro motivo, foi saber que metade da escola passava quase todas as noites a aqui, isso me animou um pouco. Principalmente a parte do “ metade da escola” já que sempre essa “metade” incluía um certo alguém. O garoto mais popular do colégio Alex Ruiz. Eu nunca fui muito popular, mas sempre fui muito interessada nele. A gente começou a sair de uns tempos pra cá. E aqui estou eu. Ele me pediu pra vim ver ele hoje a noite. Já faziam quarenta minutos que eu estava no bar, ao lado de um grupo de garotas que criticavam as roupas de cada um que passava por elas, e perto  de um barman inexperiente, que a cada pedido espirrava um pouco de vodica em mim. E pra ajudar, parecia que a cada segundo a musica ficava mais alta.
-Te procurei por todo canto, até que enfim eu te achei. – a voz que eu esperava ouvir, a voz que eu jamais confundiria ou esqueceria. A voz de som aveludado com um leve toque de humor passou por meus ouvidos, vinda por trás de mim.
Virei-me um pouco desajeitada, ter ficado tanto tempo na mesma posição fez minhas pernas enrijecerem.
-Oi Alex. – eu sorri.
Sempre tentei ser diferente com ele, menos boba. Mas nunca dava certo. Na ultima vez, quando fomos para uma sorveteria, eu enrasquei meu pé numa cadeira e derrubei todo meu sorvete na blusa caríssima dele.
-Esta aqui há muito tempo ? – ele perguntou, se ajeitando no banco ao meu lado, mais perto do grupo das garotas convencidas.
-Não, só uns 10 minutos. – menti. Não queria que ele achasse que eu estava desinteressada. Já que fiquei 40 minutos sem ir procura-lo.
-Já bebeu alguma coisa ?
-Não, obrigada eu não bebo.
Ele riu, e eu me senti de novo uma boba.
-Que tal um refrigerante, ou uma água ?
Então vendia esse tipo de coisa aqui ?
Olhei para suas mãos e percebi que ele segurava uma latinha de coca-cola zero.
-Não, eu não estou com sede, obrigada. – abaixei a cabeça me sentindo uma completa idiota.
Ele riu baixinho e levantou. Olhei para ele, temendo que ele fosse embora, e percebi que ele me olhava de cima a baixo.
-voce esta linda, Isa.
Meu coração disparou. Ele nunca havia me elogiado antes.
-Ou melhor, - ele completou- você é linda.
Eu sorri, corada.
Ele chegou mais perto de mim. Eu podia sentir sua respiração. Seus olhos castanhos brilhavam mais do que as luzes dos grandes refletores.
Ele se desviou um pouco e deixou a coca encima do balcão, e voltou.
Ele passou sua mão pela minha cintura. Isso era um bom sinal ? Um mal sinal ? Minhas amigas me falavam que ele era do tipo de garota que ficava com todas, e que eu seria só mais uma.
Mas sinceramente aquilo não importava mais, pelo menos eu seria uma, uma vez.
Ele encostou seus lábios nos meus. Era tudo tão certo e tão errado ao mesmo tempo.
 A musica ficou mais baixa, e eu não podia mais ouvir as vozes das pessoas a nossa volta, era como se o mundo estivesse reservado so pra nos dois.
Eu coloquei meus braços no pescoço dele, e entrelacei minhas mãos em seus lindo cabelos escuros.
Seu beijo era leve, calmo. Mas eu não queria que fosse calmo, por que eu sabia que aquilo logo acabaria.
Fui mais urgente, e encostei-me mais eu sou peito e ele entendeu minha mensagem. Sua língua agora era feroz em minha boca, eu sentia o fogo subindo por meu corpo, eu não queria mais que aquela noite acabace, muito menos aquele beijo. Eu não sei como eu olharia para ele depois. Eu não sei se ele começaria me ignorar. Eu só sei que eu queria aproveitar aquele momento nosso. Só nosso.

FIM